por Lucas Magro Koren | 14/09/2022 | Artigos

O Trigo, sua importância socioeconômica e o papel da IMBR Agro

O trigo é um importante grão que desempenha, há muitos anos, papel indescritível na segurança alimentar mundial. Além de sua função fundamental na alimentação básica, o trigo também é usado na fermentação de bebidas e no desenvolvimento de biocombustíveis.

Em suma, trata-se de uma importante commodity que vem ganhando cada vez mais espaço nas lavouras brasileiras.

Na safra 2022/2023, o Brasil produzirá, conforme estimativas da CONAB, mais de 9 milhões de toneladas do cereal, ou seja, aproximadamente 1,15% da produção mundial esperada para esta safra (WASDE, USDA/agosto). Apesar do baixo valor relativo, no âmbito nacional, a evolução média anual da produção de trigo, desde de 2007, é de 7,84%.

Este avanço dos triticultores não está relacionado apenas a fatores exógenos à propriedade agrícola. O trigo, por ser uma cultura de inverno, ao ser semeada protege o solo de erosão nos períodos mais frios do ano, diluindo o custo fixo das lavouras de verão ao incentivar positivamente características físico-químicas do solo. Nesse sentido, o zelo por sua produção se faz ainda mais necessário.

Em termos fisiológicos e financeiros, o trigo se trata de uma cultura que, a depender do manejo da propriedade agrícola, pode sofrer muito com questões agrometeorológicas, tais quais, temperatura, radiação solar e oferta/demanda hídrica. Além disso, assim como já tratado, ao possuir importância ímpar em um contexto socioeconômico, o andamento de seus preços também demonstra um importante fator a ser observado por tomadores de decisão que atuam com esta commodity.

Dentro deste contexto de importância socioeconômica e riscos atrelados, tanto à produção, quanto à comercialização, deriva-se a necessidade de uma boa gestão de riscos por parte dos agricultores e, ao se tratar do tema, não se pode deixar o seguro rural de lado.

No histórico do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), entre 2007 e agosto de 2022, foram comercializadas mais de 125 mil apólices do cereal, sendo que o percentual da área segurada em relação à área plantada, em 2022, é de 30%, valor superior à média geral do programa, que gira em torno dos 17% da área agrícola brasileira. Em outras palavras, triticultores, de fato, enxergam a importância e os riscos associados às suas lavouras, buscando no seguro agrícola fonte de estabilidade de renda no campo.

A tendência de comercialização das apólices de trigo, no âmbito do programa, é positiva, contudo, a dispersão histórica destas nos estados brasileiros, não. Os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo contemplam quase 100% das apólices comercializadas historicamente no PSR. Apesar da concentração, estes quatro estados representam cerca de 95% da produção do cereal, ou seja, faz sentido que o programa esteja sendo mais pulverizado nestas localidades.

Outro aspecto importante está na participação do trigo em uma visão macro do PSR. De 2015 até 2021 as apólices de trigo tiveram uma redução de participação em um contexto geral do programa, entretanto, 2022 aponta uma realidade diferente. 15% de todas apólices comercializadas no ano foram para o trigo, participação equivalente à de 2014, apontando reaquecimento deste mercado.

Por fim, como uma gestora de riscos, a IMBR Agro, entendendo a importância da cultura do trigo para o Brasil e para o mundo, bem como, a relevância desta no âmbito do seguro agrícola, está a acoplando ao seu sistema operacional. Agora, tomadores de decisão poderão buscar por informações climáticas, de produtividade, de classificação e de precificação referentes à cultura do trigo dentro do sistema da startup, fomentando, ainda mais suas estratégias e, enfim, viabilizando um crescimento cada vez mais sustentável desse mercado.

Os dois mapas acima servem de base ao quê foi dito no parágrafo anterior. Pode-se notar forte concentração das apólices de trigo no Sul do país, em especial, no Rio Grande do Sul. Concomitantemente a este fato, o mapa da esquerda, contendo a classificação de risco desenvolvida pela IMBR Agro, aponta boa estabilidade no local, fomentando a estratégia adotada pelo sistema segurador brasileiro. Entretanto, é válido destacar que, no histórico do PSR, cerca de mil municípios receberam apólices de seguro rural, enquanto que, de acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC/EMBRAPA), existem mais de dois mil municípios aptos para a produção do cereal.

Resumidamente, a produção do trigo no Brasil ainda pode avançar. É importante uma boa gestão de riscos das carteiras rurais, a fim de que este crescimento seja sólido e sustentável e é sob este pilar que a IMBR Agro desenvolver a sua tecnologia. Com o trabalho da startup, o processo de tomada de decisão fica cada vez mais rápido e assertivo, abrindo a possibilidade de novos negócios com segurança e governança.